domingo, 21 de agosto de 2011

Sugestões Literárias (Não Jurídicos)


ULISSES – JAMES JOYCE - Com o épico Ulisses, sua obra maior, o irlandês James Joyce revolucionou o romance moderno. Transcorrido em um único dia - 16 de junho de 1904 - e em uma só cidade - Dublin -, o enredo de Ulisses consegue abarcar toda a gama das emoções e experiências humanas, que o leitor vivencia pelo olhos, ouvidos e entranhas de personagens inesquecíveis, como Leopold Bloom, Stephen Dedalus e Molly Bloom.

A SAGA BRASILEIRA – MIRIAM LEITÃO - Da hiperinflação ao plano Real, passando pelos congelamentos, planos que não passavam de um verão e o confisco do governo Collor, Miriam Leitão mostra como os brasileiros sofreram até a estabilização da moeda. Um livro definitivo sobre a história econômica recente do país – já esquecida pelas novas gerações.

FERNANDO PESSOA (UMA QUASE AUTO BIOGRAFIA) – J.P. CAVALCANTI FILHO - A primeira biografia escrita no Brasil sobre o poeta português Fernando Pessoa traz a mais completa obra de referência das muitas personas assumidas pelo autor de Tabacaria. Seus heterônimos, muitos deles desconhecidos do grande público, revelam-se no livro de José Paulo Cavalcanti com riqueza de detalhes, apresentando as produções e as origens de cada um desses que habitaram o imaginário e a escrita de Fernando Pessoa.

VIDA DE UM HOMEM (FRANCISCO DE ASSIS) – CHIARA FRUGONI - Francisco de Assis foi o responsável por uma das mudanças mais fundamentais por que passou o cristianismo: a decisão de se guiar pelo Evangelho e pela conduta de Cristo, que o aproximou da natureza e dos homens, afastando-o das posições que viam o mundo apenas como lugar da tentação e do pecado.  Nesta biografia a um tempo acessível e rigorosa, Chiara Frugoni, respeitada medievalista italiana, mostra que o grande traço distintivo de Francisco de Assis foi, precisamente, saber responder com uma religiosidade ativa e generosa às trevas terrenas. Ele falava mais de perto a homens e mulheres às voltas com novos problemas e práticas, que não se deixavam guiar apenas pelo temor a um Deus punitivo.  A fé de Francisco não assentava em preceitos institucionais. Para isso bastaria a adesão a um mosteiro, o que nunca fez. Tinha Cristo por modelo, amava os cavaleiros da Távola Redonda e rechaçava a violência dos cruzados. Pregava a obediência, liderou uma profunda mudança no catolicismo e terminou em minoria dentro de sua própria ordem. Ajudou a criar a noção moderna de individualidade e rejeitava o individualismo. Desprezava a arte e lançou as bases do Renascimento com sua revalorização do mundo sensível. Foi santo por não saber ao certo quem era Deus.

LIBERDADE – JONATHAN FRANZEN - Liberdade, quarto romance do norte-americano Jonathan Franzen, foi um dos mais festejados lançamentos literários de 2010. Publicado nove anos após As correções (vencedor do National Book Award), o livro foi saudado como um painel amplo e profundo da sociedade americana contemporânea e um triunfo da prosa refinada que já fazia a fama do autor.  A história de Liberdade gira ao redor de um trio de protagonistas. Walter e Patty Berglund formam, junto com os filhos adolescentes Joey e Jessica, uma típica família norte-americana liberal de classe média. Richard Katz é um roqueiro descolado que tenta fugir da fama que tanto buscava no passado. Os três se conhecem no final dos anos 1970, na universidade de Minnesota, e a partir daí suas vidas se entrelaçam numa complexa relação de amizade, paixão, lealdade e traições que culminará com uma série de conflitos decisivos na primeira década do novo milênio, época em que o conceito de liberdade parece tão onipresente quanto fugidio.

O SONHO DO CELTA – MARIO VARGAS LLOSA - Em O sonho do celta, Mario Vargas Llosa volta à forma do romance histórico para narrar a saga de Roger Casement, um personagem complexo, muitas vezes controverso. Irlandês a serviço do Império Britânico, Casement conheceu a violência da colonização na África e na América do Sul no começo do século XX. Ao denunciar os abusos e os maus-tratos contra colonos, passou a valorizar a liberdade acima de tudo. E, em nome da liberdade, voltou-se contra seu próprio governo.  Em 1916, encarcerado em um presídio de segurança máxima em Londres, Roger é acusado pelo governo inglês de alta traição e aguarda sua sentença. Apenas cinco anos antes, havia sido nomeado Cavalheiro. Agora, abandonado por quase todos os amigos, difamado pela opinião pública, corre o risco de ser executado. Vargas Llosa recria a jornada de Casement - das atrocidades no Congo Belga, passando pela exploração da borracha na Amazônia, até a luta pela independência da Irlanda - num livro que fala essencialmente sobre coragem e superação.

SENHORA DAS ÁGUAS – PEDRO SIQUEIRA - Ao se deparar com o momento mais crítico de seus quarenta e poucos anos de existência, a psicóloga Gabriela decide viajar à Europa em busca de respostas para as angustiantes perguntas que lhe invadem a alma diante de tal acontecimento.  No decorrer de sua peregrinação, voltam-lhe à mente uma série de episódios que lhe marcaram a vida desde a mais remota infância, emergindo, daí, intrincadas e aflitivas questões filosóficas, existenciais e, principalmente, religiosas.  Emocionada, Gabriela chega à derradeira etapa de sua apaixonante viagem com a grande expectativa de, finalmente, encontrar a resposta maior que tanto busca para superar esse momento crítico e poder desfrutar de uma existência mais feliz...

UM AMOR PARA RECORDAR – NICHOLAS SPARKS - Cada mês de abril, quando o vento sopra do mar e se mistura com o perfume de violetas, Landon Carter recorda seu último ano na High Beaufort. Isso era 1958, e Landon já tinha namorado uma ou duas meninas. Ele sempre jurou que já tinha se apaixonado antes. Certamente a última pessoa na cidade que pensava em se apaixonar era Jamie Sullivan, a filha do pastor da Igreja Batista da cidade. A menina quieta que carregava sempre uma Bíblia com seus materiais escolares. Jamie parecia contente em viver num mundo diferente dos outros adolescentes. Ela cuidava de seu pai viúvo, salvava os animais machucados, e auxiliava o orfanato local. Nenhum menino havia a convidado para sair. Nem Landon havia sonhado com isso. Em seguida, uma reviravolta do destino fez de Jamie sua parceira para o baile, e a vida de Landon Carter nunca mais foi a mesma.

O MUSEU DA INOCÊNCIA – ORHAN PAMUK - Um par de brincos, um copo, um batom, um velocípede. Objetos que compõem um museu organizado como lembrança de um caso de amor vivido por um homem trinta anos antes, em Istambul, Turquia. Pamuk, no primeiro romance escrito depois de ser laureado com o prêmio Nobel, transforma a história em um microcosmo dos dilemas sociais e morais pelos quais a Turquia passava nos anos 1970.  “Esta representação dos órgãos internos do corpo humano foi tirada de um anúncio do analgésico Paradison, exibido nas vitrines de todas as farmácias de Istambul na época, e a exponho aqui para mostrar ao visitante do museu onde a agonia do amor apareceu primeiro, onde se tornou mais pronunciada e, depois, até onde se espalhou. É preciso explicar para os leitores sem acesso a nosso museu que a dor mais acentuada manifestava-se inicialmente no quadrante superior esquerdo do estômago. À medida que se intensificava, a dor se difundia, como indica o desenho, para a cavidade situada entre os pulmões e o estômago. A essa altura, sua presença não se limitava mais ao lado esquerdo do abdome, instalava-se também no direito, e eu tinha a impressão de que enfiavam em mim a ponta de um atiçador, ou uma chave de fenda.”  Kemal, homem nos seus trinta anos, descendente de uma família rica e tradicional, está prestes a se casar com Sibel, mulher inteligente e refinada. Na Turquia dos anos 1970, eles representam um casal moderno, que se arrisca a fazer sexo antes do casamento. A vida de Kemal, de fato, parece completa em todos os aspectos — financeiro, familiar e amoroso. No entanto, ao reencontrar-se com Füsun, uma prima distante de dezoito anos que trabalha como vendedora em uma boutique, toda a sua estabilidade colapsa. Ele passa a ter encontros sexuais frequentes com a jovem bela e esbelta, embora não considere romper o noivado com Sibel, a esposa perfeita aos olhos da sociedade turca. À medida que o dia do casamento se aproxima, a pressão sobre Kemal, que julgara ter tomado uma decisão muito moderna e europeia, aumenta.  A partir dessa história de desilusão, obsessão amorosa e embate entre Ocidente e Oriente, tradição e modernidade, Orhan Pamuk desenha um panorama social e cultural da Turquia. Como prova da existência de sua estreita ligação com Füsun, o narrador, que conta a história a partir do presente, está organizando um melancólico museu de objetos, que acaba sendo uma versão em miniatura dos dramas sociais da época e das relações entre homens e mulheres no país. Apesar do distanciamento cronológico, cada sofrimento e crise de ciúme do protagonista são rememorados nos mais íntimos detalhes, carregados de emoção e conduzidos com elegância pela prosa de Pamuk.  O Museu da Inocência articula o impasse que viveu a Turquia dos anos 1970 — e que ainda repercute nos dias atuais —, dividida entre impulsos ocidentalizantes e tradicionais. O estilo de Pamuk mimetiza este momento histórico, prestando uma homenagem ao mesmo tempo aos sentimentais romances do cinema popular turco e aos grandes clássicos da literatura europeia, de Goethe a Flaubert.

A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS – VALTER HUGO MÃES - A máquina de fazer espanhóis, estreia de Valter Hugo mãe na Cosac Naify, é uma emocionante história sobre a velhice, a amizade e o amor. Em Portugal, o romance foi o segundo livro de ficção mais vendido em 2010. Edição da Cosac Naify tem capa ilustrada por Lourenço Mutarelli. O autor é um dos principais convidados da Flip 2011. Com um estilo de prosa que José Saramago definiu como um “tsunami linguístico, semântico e sintático”, valter hugo mãe (1971) é o mais prestigiado autor de sua geração em Portugal. Vencedor do Prêmio Literário José Saramago em 2007, valter vem ao Brasil em julho, para a Flip.

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